Promover e apoiar a diversidade no local de trabalho é um aspecto essencial para a boa gestão de pessoas. Trata-se de valorizar todos na organização como um indivíduo. No entanto, para colher os benefícios de uma força de trabalho diversificada, é vital ter um ambiente inclusivo onde todos se sintam capazes de participar e alcançar seu potencial.

Na 5ª edição do RH Summit, Ana Minuto, CEO da Na Minuto consultoria e carreira, especialista em diversidade e inclusão, palestrante e co-idealizadora do Potências Negras, o maior Summit focado em potências negras do Brasil, falou sobre diversidade.

A CEO falou do seu projeto ‘Potências Negras’ e da importância da diversidade no mundo do trabalho.

A importância da diversidade no trabalho

“Eu já tenho 25 anos no combate à discriminação racial, auxiliando a população negra a avançar não somente na carreira, mas também na vida. Quando a gente pensa em potências negras, temos 56% da população que é negra, mas não foi representada em nenhuma área de atuação. É por isso que o Potências Negras foi criado. 

Eu vim da área de tecnologia, trabalhei muitos anos nessa área, e essa habilidade de olhar números me ajudou a entender que nós tinhamos que desenvolver uma atividade de negros falando para negros. Então, normalmente, quando temos algum Summit, o grupo “não negro” que passa a informação para nossa população. Mas nós temos história também, e essas histórias precisam ser contadas por nós, para que as pessoas possam se conectar.

Acredito que são as histórias que conectam pessoas e que criam novas histórias fortalecedoras. E é isso que o Summit Potências Negras é: um conjunto de histórias em que as pessoas trazem suas experiências profissionais para ajudar outras pessoas a se desenvolverem na vida profissional, e também na vida. Afinal, durante muito tempo as pessoas acreditavam na diferença da vida profissional e pessoal, mas a pandemia veio nos lembrar que está tudo junto e misturado.”

Equidade racial é uma “moda”?

Ana Minuto é questionada se o trabalho de equidade racial é uma “moda” por conta do Black Live Matters, ou se é algo que já vem de muito antes e responde:

“Pelos movimentos negros, que são vários, a gente já luta a favor da equidade racial há muitos anos. Porque nós entendemos que as pessoas são diferentes e elas precisam ser tratadas dessa forma. Quando a gente pensa em influenciadores, temos milhões de influenciadores, mas a forma de influenciar está mudando conforme a caminhada. 

Por exemplo, há 25 anos, minha mãe já fazia esse movimento, mas através das associações, de grupos de bairros, através da política. De 20 anos para cá, a forma de se comunicar mudou por conta da tecnologia e nós também começamos a ocupar outros lugares, que antes não tínhamos como alcançar, como TV e outros meios de comunicação. A tecnologia trouxe para a gente a possibilidade de falar com mais pessoas.”

O trabalho para dar voz a esse grupo não é de hoje; são séculos, numa luta de sobrevivência, segunda ela:

“Lembrando que, 50% da população brasileira, não tem internet de qualidade, então até nesse quesito, seja dentro de RH Summit, seja no Potências Negras, nós também limitamos as nossas ações. Então, quando a gente pensa nesse trabalho, são cerca de 500 anos que estamos lutando para sobreviver.”

“Todos os dias nós estamos aprendendo e reaprendendo, e nós só conseguimos aprender quando nos colocamos como ouvinte, quando nos colocamos para ouvir outras pessoas contando suas histórias”, complementa.

O papel de uma pessoa “não negra” na hora de contratar uma pessoa negra

A CEO ainda comenta qual o papel de uma pessoa “não negra” na hora de contratar uma pessoa negra para um cargo de liderança.

“Quando a gente pensa em aliados, são pessoas que entendem que é necessário agir a favor de um mundo mais diverso e inclusivo. São pessoas que, no dia a dia, realizam ações para que isso aconteça. 

Ana Minuto também desmistifica a visão de que ‘inclusão’ é relacionado a alguma inferioridade. Cada vez mais, é preciso ressignificar a importância dessa prática:

“Quando a gente fala de diversidade e inclusão, nos remete ao “menos”. Vai ter que entrar uma mulher, para sair um homem. Para entrar um negro, tem que sair uma mulher ou um homem. Não é esse o processo. Quando a gente fala de diversidade e inclusão nós pensamos em prosperidade e abundância. 

Trazer pessoas com visões diferentes, culturas, etnias diferentes, e a partir daí teremos novas ideias, novos conhecimentos, inovação, engajamento, que é uma coisa que hoje as empresas vão precisar focar muito mais devido aos desafios que a pandemia trouxe.”


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